O Zodíaco é uma palavra originada do
antigo grego que significa círculo de animais. É o sistema utilizado pela astrologia para estudar as energias dos astros celestes e a sua influência sobre a nossas tendências de personalidade. No sexto post da nossa série que visa abordar os aspectos mitológicos de cada signo, vamos falar sobre Virgem e as versões para sua história.
A versão de Astréia
Astréia (ou Astrea) era uma deusa virgem filha do grandioso Zeus com a poderosa Têmis. Era a deusa da pureza, da inocência e do aspecto mais bondoso da justiça. Assim como sua mãe, tinha olhos vendados, mas os cobria por outro motivo. Astréia inania sua visão para que pudesse conhecer os homens somente pelo seu coração e carregava consigo um ramo de trigo pois acreditava que a bondade podia crescer em nossos corações como o grão que matava a fome de seu povo crescia no campo.
Quando o nosso mundo era jovem e a humanidade ainda pura, os deuses do Olimpo desciam de seus palácios celestes e viam ter conosco constantemente. Naquela época não havia guerras ou embates, ninguém se aventurava a navegar pelos mares ou a cometer infâmias com outros povos, ninguém derrubava os bosques para construir casas e todo mundo plantava e colhia somente aquilo que precisava para se alimentar. Astréia foi uma grande amiga dos homens. Preferia mil vezes a estar na companhia deles do que estar no Olimpo e os ensinava as artes da caça, da pesca e do plantio como também a fazer trocas comerciais justas.
A humanidade e seus regentes divinos viviam em paz e harmonia, mas em um dia fatídico tudo mudou. Pandora não pode resistir a tentação de abrir caixa que os deuses haviam lhe dado como presente de casamento e acabou libertando todos os males, menos a esperança. A humanidade tornou-se corrupta e pérfida e foi assolado por males como o trabalho pesado, as pestilências, as doenças e aos partos e as mortes dolorosas.
Astréia Deixa a Terra, de Salvator Rosa (1615-1673) |
Todos os deuses deixaram a terra depois disso, menos Astréia. Ela ainda acreditava profundamente na humanidade e continuava a nos ensinar como viver em harmonia mesmo que poucos se importassem em ouvir seus ensinamentos. Um dia decidiu passear pela zona urbana que começava a ganhar força e presenciou a morte e a fome, a dor e o roubo e sentiu-se ainda mais doída ao ver um comerciante pesando a mais a mercadoria de um cliente. Abalada, fugiu para outra cidade, mas presenciou as cenas se repetirem do mesmo modo.
Seu coração se partiu em mil pedaços e ela se isolou de todos e chorou a dor de ter suas crenças destruídas. Seu ideal não tinha mais vazão e ela desejou a mortalidade que nenhum deus poderia alcançar. Profundamente entristecida, pediu a Zeus que a tirasse para sempre dessa terra vil e do convívio com a maldade dos homens. Seu pai, extremamente comovido, transformou-o na bela constelação de Virgem para que ela fulgurasse no céu todas as noites como um lembrete a humanidade de que ela ainda poderia ser boa.
A versão de Perséfone
Perséfone sendo mais linda e maravilhosa jamais do que você jamais será |
Deméter (ou Ceres) era a deusa grega da terra, presidente da gestação e do nascimento, protetora das criaturas indefesas e responsável pelo amadurecimento anual do grão de ouro e das plantas. Quando o verão findava, o povo lhe rendia grandes graças em agradecimento a fartura que o solo havia lhes proporcionado. Ela regia os ciclos da natureza e da vida, mas de todo o seu poder e de todos os seus bens, sua filha era sua preciosidade mais valiosa.
A jovem deusa Core ela bela como um sonho de verão. Possuía cabelos longos e uma voz que poderia acalmar a fúria do mais bravo dos homens. Era a deusa das flores, dos frutos e dos perfumes, mas nenhum jardim por mais belo que fosse poderia se comparar a sua beleza. Vivia junto com sua mãe em total paz e harmonia, as duas eram muito ligadas e raramente eram vistas andando separadas.
Sua vida pacífica e alheia aos conflitos um dia foi violentamente alterada. Core havia deixado a companhia de seu mãe para ter com as ninfas do bosque e não voltou mais. Tomada de profunda angústia, Deméter procurou pela filha em todos os cantos do mundo, mas não encontrou nenhum sinal dela. Core havia desaparecido sem deixar vestígios.
Hades, senhor das trevas e do submundo, havia visto a jovem e se apaixonado perdidamente por ela. O tenebroso deus deixou seu reino sombrio e subindo a superfície, raptou a jovem e a colocou em sua majestosa carruagem de sombras que partiu direto para o reino dos mortos.
Deméter entrou em profunda depressão e nunca mais teve energia para o que quer que fosse. A terra foi profundamente afetada pelos sentimentos de dor e revolta da da deusa e uma seca devastadora se espalhou por todo mundo. Enfurecida, ordenou que a terra secasse assim como seu coração e toda a humanidade começou a padecer para uma grande fome.
A busca por Core nunca cessara. Démeter percorreu montanhas e prado, subiu aos céus e mergulhou em mares somente para localizá-la, mas quanto mais o tempo passava mais sua chance de encontrá-la se esvaía. Um dia, porém, a deusa teve a ideia de perguntar ao grande deus sol que tudo via sobre a localização de sua filha. Apolo contou-lhe então o ocorrido: Hades tomado de amor, havia arrebatado sua filha e a levado para o Submundo.
Démeter imediatamente se dirigiu ao mundo dos mortos para confederar o sinistro rei dos mortos. Ela chorou e implorou por sua filha, lancou-se aos seus pé e clamou com a voz doída de uma mãe que sofre, mas nada adiantou. Core havia comido uma das romãs dos pomares do inferno e agora pertencia para sempre ao mundo dos mortos. Nem mesmo seu nome fora possível preservar: agora se chamava Perséfone e estava destinada a reinar sobre as questões infernais.
Perséfone havia aprendido rapidamente tudo que precisava saber sobre o mundo oculto e sua misteriosa e se tornou uma grande sábia e uma grande rainha. Seu marido satisfazia todos os seus desejos, mas nada podia suprimir a falta de sua mãe e ela desejava ardentemente voltar a superfície e para os dias felicidade.
Tocado pela dor da única mulher que já havia amado, Hades decidiu a contragosto fazer um acordo com a sua sogra. Metade do ano Perséfone ficaria com a sua mãe na superfície e metade do ano e na outra metade voltaria para junto de seu marido. Naquele dia, as duas deixaram o Hades (o reino dos mortos levava o mesmo nome de seu rei) juntas e a paz e a fertilidade imperou no solo pelos próximos seis meses. Quando Perséfone teve que voltar para junto de seu marido, o inverno e a seca tomaram conta da terra novamente.
Vendo e temendo pelo seu povo, Zeus marcou os céus noturnos com a constelação de Virgem, que representava o aspecto mais puro de Perséfone, para que Deméter sempre lembrasse que o tempo passa e que a sempre novas chances de felicidade.
O mesmo deus Hermes que rege Gêmeos é regente de Virgem, mas podemos perceber aqui um outro aspecto mais voltado para a inteligência e a comunicação. Em virgem podemos notar um lado mais madura, porém mais neurótico desse pequeno deus de sandálias aladas.
Um virginiano tem a modéstia e a timidez de Perséfone, mas é organizado e trabalhador como Astréia. São muitos práticos e ai meu Deus do Céu, você deixou um grão de arroz cair no meu chão de limpinho. Você não tem respeito pelas coisas, seu desorganizado?! Eu deveria te botar para limpar para ver como é difícil manter tudo em ordem.
Reação de virgem quando alguém arreda alguma coisa meio centímetro para o lado |
Brincadeiras a parte, todos os virginianos são conhecidos pelo seu lado extremamente organizado e meticuloso, e o perfeccionismo exarcebado costuma ser seu pior defeito. Têm grande capacidade analítica e são bastante fiáveis, sendo que o grande prazer de suas vidas é uma vida sã, ordenada e higiênica.
Costumam ser conservadores e ansiosos, sempre se preocupando com as coisas mais que deveríamos. Possuem um lado chato, excessivamente crítico e duro que faria Jesus dar-lhes um belo soco de direita. Devem tomar cuidado para que seus defeitos não sobressaíam as coisas boas, mas na medida do possível costumam ser bons amigos e pessoas boas para se manter por perto.
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