segunda-feira, 13 de março de 2017

A Mitologia do Zodíaco: Capricórnio

Zodíaco é uma palavra advinda do grego antigo que significa círculo de animais. Trata-se de um sistema utilizado pela astrologia para facilitar a compreensão das energias dos astros celestes e a forma como elas influenciam as nossas tendências de personalidade. No décimo post da nossa série que trata sobre o aspecto mitológico por trás de cada signo zodiacal, falaremos sobre Capricórnio e sua origem. Acompanhe abaixo. 




Cronos era o mais jovem dos titãs. Filho de Urano, o céu, e Gaia, a terra, era casado com sua irmã Réia e com ela tivera seis filhos. Segundo o mito, Cronos havia se tornado o rei do Olimpo depois de destronar seu pai Urano e esquartejar seu corpo em centenas de pedaços com a sua própria foice.

Um oráculo, porém, havia lançando uma sombria maldição para cima do rei recém declarado: ele estava fadado a sofrer o mesmo destino de seu pai, pois logo sua esposa daria a luz a uma criança que roubaria sua coroa e o faria literalmente em pedaços.

De temperamento violento e negativo (seria Cronos um ariano?), Cronos passou a devorar os próprios filhos logo depois de virem ao mundo. Não havia outra forma de eliminar as crianças, visto que eram imortais. O ventre do deus era, pelo menos, um lugar do qual elas nunca poderiam escapar. Pelo menos assim ele julgava.

Sai muié, deixa meu rango


Réia se sentia cada vez mais infeliz e triste com a situação. Ela não queria gerar nenhum outro filho, não queria se apaixonar por um serzinho que seria arrancado de seus braços e comido em cerca de segundos. Infelizmente, a gravidez era algo que ela não conseguia evitar. Era praticamente impossível negar o pedido de um homem tão cheio de luxúria (seria Cronos um ariano?²) e Cronos raramente pedia. Ela preferia mil vezes partilhar da cama de seu marido do que deixar que outra mulher o fizesse, mas nada era capaz de minorar a dor da perda de seus filhos que só aumentava.

Grávida de seu sexto filho e farta da  situação, ela decidiu valer mão de um plano arriscado para salvar sua criança. Perto do dia do parto, pediu as suas aias que trouxessem para ela uma pedra de tamanho adequado de um rio específico que corria próximo do palácio. As pedras daquele rio tinham textura lisa e eram tão rosadas quanto a pele de um recém nascido, ideais para seu propósito. Quando teve a peça em mãos, se afastou de todos que poderiam vê-la e talhou o pequeno pedregulho no formato de uma criança adormecida. Tão perfeita ficara sua escultura que quem visse jamais poderia desconfiar que se tratava de qualquer outra coisa além de uma bebê real.

Quando deu à luz, escondeu seu filho e enrolou a pedra nas mantas que pertenceriam a seu rebento em condições normais. Cronos chegou para ver a mãe e a criança, e sequer desconfiou que o bebê era feito de pedra dura e não de carne lisa quando o devorou.

O recém nascido foi levado pelas ninfas até uma caverna localizada no Monte Ida, na Creta, e foi criado por elas juntamente com a cabra Amaltéia que o amamentava e o ensinava. Como pertencia aquela cabra o trabalho mais maternal de todos, nada mais justo que ela escolhesse o nome do bebê: a criança foi chamada de Zeus em homenagem a toda a glória que poderia conquistar um dia.

Quando se tornou adulto, Zeus convenceu sua prima Métis, a deusa da prudência, a dar a Cronos um preparado de ervas tão forte que o faria vomitar imediatamente depois que o tivesse ingerido. Foi exatamente o que aconteceu e Cronos acabou regurgitando todos os filhos que engolira. As crianças se uniram a causa de seu irmão e travaram uma longa batalha contra os titãs que acabou culminou na derrota e no  consequente esquartejamento de Cronos por parte de Zeus

Um dos aliados mais importantes de Zeus na guerra contra os titãs era Aegipan. Aegipan era filho de Amaltéia e havia sido amamentado junto com Zeus por ter nascido na mesma época que ele. Era metade bode e metade peixe por ser fruto de um relacionamento de sua mãe com um espírito marinho e devido a sua exótica constituição era o nadador mais rápido de sua época. Fazia os inimigos tremerem e desmaiarem inspirando neles o panikos, um medo tão forte que era difícil permanecer são depois de senti-lo. Atirava conchas envenenadas e mordia, arrastava os homens para o mar e os afogava. Era um grande guerreiro e sua perda foi uma grande baixa.




Zeus encontrou o corpo do irmão de leite abandonado na praia depois de uma grande batalha. Chorou por ele sete dias e sete noites e nesse período o céu ficou escuro e o mundo ficou esfriou. Após esse sombrio período, notou-se que o céu noturno agora era lar de uma nova constelação. As estrelas que a constituíam formavam uma estranha figura que era metade bode e metade peixe e os homens da terra a chamaram de Capricórnio, para que Aegipan fosse sempre lembrado apesar do passar dos séculos.

Em outra versão, Amaltéia teria abrido mão de sua própria vida para que seu filho de criação vencesse a batalha contra o rei dos Titãs. Sua pele era impenetrável e os chifres eram duros e afiados como nenhuma outra arma poderia ser. Zeus, por amá-la, não tinha coragem o suficiente para matá-la e por isso ela se lançou ao rio e se afogou. Zeus fez de seu pelo uma armadura, dos seus chifres espadas e transformou sua carne em pequenos peixinhos dourados. Para honrar aquela que o havia criado, Zeus elevou aos céus a constelação que formava a figura peculiar de um ser metade peixe e metade cabra, em referência a morte sua mãe de criação, para que a mesma pudesse ser sempre lembrada.

A versão mais difundida, porém, nos conta que o terrível Tifão invadiu o Olimpo em busca de vingança pelos seus irmãos gigantes que haviam sido mortos na guerra contra os titãs. Apavorados com aquela terrível criatura que possuía cinquenta cabeças de dragão em cada ombro, olhos vermelhos, asas de morcego e cem cobras nascendo diretamente de sua cintura, os deuses decidiram fugir para o Egito e para isso tomaram formas de animais. Hermes se transformou em uma íbis, Apolo tornou-se um falcão e Ártemis metamorfoseou-se em um gato. Pã, no entanto, jogou-se no rio e transformou a parte inferior do seu corpo em peixe, e o resto em cabrito para que pudesse nadar mais velozmente e assim escapar de Tifão. Admirado com a sua esperteza, Zeus o homenageou colocando no céu uma constelação em sua honra.

Reza a lenda que é por causa disso que os deuses egípcios teriam formas antropozoomórficas: eles não eram nada mais nada menos que os deuses gregos em formas diferentes.



O signo de Capricórnio é regido por Cronos e é daí que vem o lado egocêntrico  e conservador de todo capricorniano. São conhecidos por sua ambição e disciplina, mas são ainda muito prudentes, cautelosos, organizados e determinados. São muito trabalhadores e adoram ser reconhecidos pelo seu trabalho muitas vezes duro, mesmo que para isso acabem se exibindo inconscientemente e apelando para o alpinismo social para alcançar posições respeitáveis. São ainda muito organizados e determinados, traço que muita vezes é confundido com teimosia. São versáteis e responsáveis, realistas, mas leais e sempre se preocupam com as pessoas que amam.




Pode se apresentar de forma pessimista e resmungona, mas isso não significa que sejam más pessoas. Podem sim ser bastante rancorosos e frios, muitas vezes irredutíveis e vitimistas, mas sempre estão lá quando seus amigos precisam deles. São metódicos e preferem mil vez a companhia das pessoas responsáveis as outras. A desconfiança característica nem sempre vem de decepções anteriores, mas de um instito natural que acaba salvando-os de enrascadas na maioria das vezes. Nativos desse signo podem ter bastante predisposição a melancolia. 



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